UMA ANÁLISE FOUCAULTIANA DAS RELAÇÕES DE PODER E DO IMPERATIVO DE PREDIÇÃO NA OBRA “ERA DO CAPITALISMO DE VIGILÂNCIA” DE SHOSHANA ZUBOFF

Resumo

O presente artigo tem por objeto as análises apresentadas na obra

A era do capitalismo de vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder

, da autora norte-americana Shoshana Zuboff. O objetivo é analisar como os estudos de Michel Foucault sobre as relações de poder contribuem para as análises de Zuboff acerca da assim chamada “era do capitalismo de vigilância”. Tomando como base conceitos foucaultianos, neste trabalho problematiza-se as definições e argumentos centrais apresentados por Zuboff acerca das relações de poder e de imperativo de predição baseadas na lógica das atividades de vigilância das empresas de tecnologia. Apresenta-se o que essa autora entende por “capitalismo de vigilância” e, na sequencia, as categorias de “divisão de aprendizagem”, “poder instrumentário” e “direito ao santuário”, analisando-os criticamente à luz dos conceitos foucaultianos de “poder-saber”, “governamentalidade” e “tecnologias de si”. A finalidade é compreender a ameaça que o capitalismo de vigilância representa para o Estado de Democrático de Direito e refletir sobre alternativas para seu enfrentamento, sem descuidar da importância do diagnóstico da autora ao promover o desvelamento dessa nova forma de totalitarismo digital assentado no controle e manipulação da autonomia individual.