A POLÍTICA, A CONSTITUIÇÃO E O NOMOS

AS TEORIAS CONSTITUCIONAIS DE SCHMITT E ARENDT

Autores

  • Daniel Capecchi Nunes UERJ

Palavras-chave:

Hannah Arendt; Carl Schmitt; Nomos; Normativismo.

Resumo

O presente artigo pretende fazer uma análise e, posteriormente, uma análise e, posteriomente, um cotejamento de conceitos das filosofias constitucionais de Hannah Arendt e Carl Schmitt. Não obstante as divergências ideológicas que separam os dois autores, a hipótese do artigo é que certas afinidades teóricas possibilitam uma explicação do fenômeno constitucional em uma perspectiva política. Tal perspectiva é extremamente relevante para o estado atual do debate acerca da relação entre política e constituição – dominado por uma visão que os aparta e silencia a primeira. Nessa toada, com o intuito de introduzir a discussão, é feito um breve panorama de suas teorias e biografias com o escopo de contextualizá-los histórica, política e filosoficamente. Mais adiante, os conceitos de “unidade”, “representação”, “identidade” e de “político”, da obra de Schmitt, são comparados com os de “poder”, “liberdade”, “ação” e “mundo comum”, do arcabouço teórico arendtiano. Tal cotejamento objetiva demonstrar que os autores fundamentam suas teorias políticas e constitucionais em uma visão semelhante do fenômeno político. Por fim, chega-se ao conceito de Nomos, cujo sentido permite compreender a relação entre política e constituição na obra de ambos os autores. É que o supracitado conceito permite analisar a política e a ordem constitucional através de uma perspectiva dinâmica, inserindo a política no interior da estrutura constitucional e alçando a primeira ao status de conditio sine qua non de fundação e existência da segunda.

Biografia do Autor

Daniel Capecchi Nunes, UERJ

Aluno de Graduação da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É monitor das disciplinas Direito Constitucional e Filosofia do Direito.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: Il Potere Sovrano e la Nuda Vita. Torino: Giulio Einaudi, 2005.

AGAMBEN, Giorgio. Quel Che Resta di Auschwitz. 12a reimp. Italia: Bollati, 2012. AGAMBEN, Giorgio. Un Giurista Davanti a se Stesso. Italia: Neri Pozza, 2011.

ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Trad. Roberto Raposo. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

BORGES, Jorge Luis. Ficciones. 3. ed. España: Debolsillo Contemporánea, 2012. ARENDT, Hannah. A Vida do Espírito. Trad. Cesar Augusto R. de Almeida, Antônio

Abranches e Helena Franco Martins. Rio de Janeiro: 2008.

ARENDT, Hannah. As Origens do Totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ARENDT, Hannah. Eichmann in Jerusalem: a report on the banality of evil. United States of America: Penguin Books, 2006.

ARENDT, Hannah. Entre o Passado e o Futuro. Trad. Mauro W. Barbosa de Almeida. São Paulo: EditoraPerspectiva, 1997.

ARENDT, Hannah. Essays in Understanding: 1930-1954. Edited by Jeremy Kohn New York: Harcout, Brace & CO, 2005.

ARENDT, Hannah. On Violence. United States of America: Harcourt, 2012. ARENDT, Hannah. Sobre a Revolução. Trad. de Denise Bottmann. São Paulo:

Companhia das Letras, 2011.

ARENDT, Hannah. The Portable Hannah Arendt. United States: Penguin Classics, 2000.

EMDEN, Christian J. Carl Schmitt. Hannah Arendt, and the Limits of Liberalism. In: Telos Spring, 2008, vol. 2008, no. 142.

FERREIRA, Bernardo. O Risco do Político: crítica ao liberalismo e teoria política no pensamento de Carl Schmitt. Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2009.

FREUD, Sigmund. The Future of an Illusion. In: The Freud Reader. Edited by Peter Gay. 1. ed. GreatBritain: Vintage, 1995.

HERÁCLITO. In: Os Pré-Socráticos: vida e obra. Org. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Editora Nova Cultura, 2000.

KATEB, George. Political Action: Its nature and advantages. In: The Cambridge Companion to Hannah Arendt. Org. Dana Villa. 1. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Trad. João Baptista Machado. 8. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009. p.1

MOUFFE, Chantal. The Democratic Paradox. London: Verso, 2009.

SCHMITT, Carl. A Crise da Democracia Parlamentar. Trad. Inês Lohbauer. São

Paulo: Scritta, 1996.

SCHMITT, Carl. O Conceito do Político. Trad. Alvaro L. M. Valls. Petrópolis: Editora Vozes, 1992.

SCHMITT, Carl. O Führer Protege o Direito. In: MACEDO JR., Ronaldo Porto. Carl Schmitt e a Fundamentação do Direito. Trad. Peter Naumann. São Paulo: Saraiva, 2011.

SCHMITT, Carl. Political Theology. Trad. George Schwah. United States of America: Chicago University Press, 2012.

SCHMITT, Carl. Stato, Movimento, Popolo. In: Un Giurista Davanti a se Stesso. Org. Giorgio Agamben. Italia: Neri Pozza, 2011.

SCHMITT, Carl. Teoría de la Constitución. Trad. Francisco Ayala. Madrid: Alianza Editorial, 2011.

SIEYÈS, Emmanuel J. Qu’est-ce que le Tiers état ? France: Édition du Bouche, 2002.

SLUGA, Hans. The Pluralism of the Political: From Carl Schmitt to Hannah Arendt. In. Telos Spring, 2008, vol. 2008, no. 142.

ZIZEK, Slavoj. Carl Schmitt in the Age of Post-Politics. In: The Challenge of Carl Schmitt. Org. Chantal Mouffe. London: Verso, 1999.

Downloads

Publicado

2020-11-03

Como Citar

Capecchi Nunes, D. (2020). A POLÍTICA, A CONSTITUIÇÃO E O NOMOS: AS TEORIAS CONSTITUCIONAIS DE SCHMITT E ARENDT. Constituição, Economia E Desenvolvimento: Revista Eletrônica Da Academia Brasileira De Direito Constitucional , 5(9), 312–343. Recuperado de https://abdconstojs.com.br/index.php/revista/article/view/79