EUROCEPTICISMO NO PARLAMENTO EUROPEU
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO LEGISLATIVO E POLÍTICO DOS DEPUTADOS EUROCÉPTICOS NA QUARTA, QUINTA E SEXTA LEGISLATURAS (1994-2009)
Palavras-chave:
Parlamento Europeu, Eurocepticismo, Comportamento legislativo e político dos deputados EurocépticosResumo
A oposição à integração européia, mesmo se marginal por décadas, tornou-se uma dimensão transcendental do sistema político da União Européia (UE) nos últimos anos. Esta questão é particularmente relevante no Parlamento Europeu (PE), a única instituição Européia diretamente eleita pelos cidadãos. Este trabalho analisa especificamente a oposição à integração européia no âmbito do PE, expressada no comportamento legislativo e político dos deputados Eurocépticos (fazendo a distinção entre Eurocépticos ‘duros’ e ‘moles’) na quarta (1994-1999), quinta (1999-2004) e sexta legislaturas (2004-2009). Ao longo da história do PE tem havido partidos ou facções Eurocépticos, mas a transferência dos Eurocépticos na arena política nacional para PE manifestou-se claramente da quarta legislatura, quando ingressaram os primeiros representantes dos partidos políticos focados na sua oposição à UE. Esta tendência continuou confirmando-se, com alguns altos e baixos, em sucessivas legislaturas. O grande paradoxo para deputados Eurocépticos é que eles conseguiram ser eleitos como membros de uma instituição que se opõem e, tendo assumido as suas posições, devem operar dentro da mesma. O fato de que os partidos Eurocépticos são diferentes na intensidade de sua oposição à integração européia e nos argumentos que são apresentados para opor-se, refletem-se nas diferentes tendências de comportamento entre seus representantes no PE. O objetivo deste artigo é abordar um tema que há sido pouco tratado pela literatura especializada e analisar as forças de oposição à União Européia ao coração do Parlamento Europeu.
Referências
ALMEIDA, Dimitri, 2010, “Europeanized Eurosceptics? Radical Right Parties and European Integration”, en Perspectives on European Politics and Society, Vol. 11, No 3, pp. 237-253.
ALVAREZ, María Victoria, 2012, “El euroescepticismo en una Unión Europea en crisis: ¿viejo fenómeno en nuevas odres?”, en Revista Integración y Cooperación Internacional, No 13, pp.4-17.
BENEDETTO, Giacomo, 2008, “Explaining the failure of Euroscepticism in the European Parliament”, en SZCZERBIAK, Aleks y TAGGART Paul (eds.), Opposing Europe? The Comparative Party Politics of Euroscepticism, Volume 2 Comparative and Theoretical Perspectives, Oxford: Oxford University Press, pp. 127-150.
BRACK, Nathalie, 2013, “Euroscepticism at the Supranational Level: The Case of the ‘Untidy Right’ in the European Parliament”, en Journal of Common Market Studies, Vol. 51, No 1, pp. 85–104.
BRACK, Nathalie y COSTA, Olivier, 2009, “The Role(s) of the Eurosceptic MEPS”, en FUCH, Dieter, MAGNI-BERTON, Raul y Antoine ROGER (eds.), Euroscepticism: Images of Europe among Mass Publics and Political Elites, Barbara Budrich Publishers, <http://ssrn.com/abstract=1920608> (consultado: 04/02/2012).
CORBETT, Richard; JACOBS, Francis y SHACKLETON, Michael, 2011 (1990), The European Parliament, London: John Harper Publishing.
FLOOD, Christopher, 2002, September, “Euroscepticism: A Problematic Concept”. Trabajo presentado en la UACES 32nd Annual Conference and 7th Research Conference, Queen's University Belfast.
GÓMEZ-REINO, Margarita, 2009, “Las elecciones europeas de 2009 y el espectro de la extrema derecha”, ARI 101/2009, Madrid: Real Instituto Elcano.
HIX, Simon, 1999, “Dimensions and alignments in European Union politics: Cognitive constraints and partisan responses”, en European Journal of Political Research, No 35, pp. 69-125.
HIX, Simon, 2001, “Legislative Behaviour and Party Competition in the European Parliament: An Application of Nominate to the EU”, en Journal of Common Market Studies, Vol. 39, No 4, pp. 663-688.
HIX, Simon y NOURY, Abdul, 2009, “After Enlargement: Voting Patterns in the Sixth European Parliament”, en Legislative Studies Quarterly, Vol. XXXIV, No 2, pp. 159- 174.
HIX, Simon; NOURY, Abdul y ROLAND, Gérard, 2007, Democratic Politics in the European Parliament, Cambridge: Cambridge University Press.
HIX, Simon; RAUNIO, Tapio y SCULLY, Roger, 2003, “Fifty Years On: Research on the European Parliament”, en Journal of Common Market Studies, Vol. 41, No 2, pp. 191-202.
HOOGHE, Liesbet y MARKS, Gary, 2007, “Sources of Euroscepticism”, en Acta Politica, 42, pp. 119-127.
JUDGE, David y EARNSHAW, David, 2003, The European Parliament, Basingstoke: Palgrave Macmillan.
KREPPEL, Amie, 2002, The European Parliament and Supranational Party System. A Study in Institutional Development. Cambridge University Press. LECONTE, Cécile, 2010, Understanding Euroscepticism, Basingstoke: Palgrave Macmillan.
MORRIS, Marley, 2013, Conflicted Politicians: the populist radical right in the European Parliament, Londres: Counterpoint.
NOURY, Abdul, 2002, “Ideology, Nationality, and Euro-Parliamentarians”, en European Union Politics No 3, pp. 33-58.
PROKSCH, Sven-Oliver y SLAPIN, Jonathan B., 2011, “Parliamentary questions and oversight in the European Union”, en European Journal of Political Research, Vol. 50, No 1, pp. 53-79.
RAUNIO, Tapio, 2007, “Political parties in the European Union”, en JØRGENSEN Knud E., POLLACK, Mark A. y ROSAMOND, Ben (eds.), Handbook of European Union Politics, London: Sage Publications.
RAY, Leonard, 2007, “Mainstream Euroscepticism: Trend or Oxymoron?”, en Acta Politica, 42, pp. 153-172.
REIF, Karlheinz y SCHMITT, Hermann, 1980, “nine Second-Order Elections: A Conceptual Framework for the Analysis of European Election Results”, en European Journal of Political Research, Vol. 8, No 1, pp. 3-44.
SCULLY, Roger, 1999, Between Nation, Party and Identity: a Study of European Parliamentarians, EPRG Working Paper, No 5, pp. 1-25
SZCZERBIAK, Aleks y TAGGART, Paul, 2000, “Opposing Europe: Party Systems and Opposition to the Union, the Euro and Europeanisation”, SEI Working Paper No 36, Opposing Europe Research Network Working Paper No 1, Sussex European Institute.
SZCZERBIAK, Aleks y TAGGART, Paul, 2003, “Theorising Party-Based Euroscepticism: Problems of Definition, Measurement and Causality”, SEI Working Paper No 69 European Parties Elections and Referendums Network Working Paper No 12, Sussex European Institute.
SZCZERBIAK, Aleks y TAGGART, Paul, 2008, “Introduction: Researching Euroscepticism in European Party Systems: A Comparative and Theoretical Research Agenda”, en SZCZERBIAK, Aleks y TAGGART Paul (eds.), Opposing Europe? The Comparative Party Politics of Euroscepticism Volume 2 Comparative and Theoretical Perspectives, Oxford: Oxford University Press, pp. 1-27.
USHERWOOD, Simon y STARTIN, Nick, 2013, “Euroscepticism as a Persistent Phenomenon”, Journal of Common Market Studies, vol. 51, issue 1, pp. 1 - 16 VASILOPOULOU, Sofia, 2009, “Varieties of Euroscepticism: The Case of the European Extreme Right”, en Journal of Contemporary European Research, Vol. 5, No 1, pp. 3-23.